
Destacar as mudanças não é necessário para tornar a idéia deste artigo notável, é preciso desenhar, ampliar a voz das mudanças. A prova para o ingresso na UFRN já carrega em suas questões exemplos da necessidade de uma nova abordagem para a disciplina, ou seja, é preciso adicionar algumas práticas que infelizmente ainda estão presentes somente no discurso. Quem acompanha a linha dos professores da universidade, e procura importar essa linha até a prova, já criou ligações, relações entre a prática da sala de aula universitária e a prova de História do vestibular da UFRN.
Participar de uma aula de Durval Muniz de Albuquerque Júnior, que problematizou, analisou diferenciadamente a seca de 1877, conhecer a linha de seus objetos de estudo, e depois observar uma questão que aborda uma temática do estudo dele (a seca de 1877) na prova do vestibular 2009, não poderia jamais passar “despercebido” por esse artigo. Em uma de suas obras, Durval acrescentou o seguinte: “O objeto histórico sofreu um processo de desmaterialização, tornou-se problemático, deixou de ser óbvio para ser obtuso, passou a requerer mais do que o infindável trabalho hermenêutico da interpretação”. Em outras palavras, o estudo da História já não é mais uma simples cadeia de fatos, que necessita de mensageiros para ser compartilhada.
E observar a questão que trata da abordagem de Gilberto Freyre em “Casa-Grande & Senzala”? Será que essas abordagens estão nas práticas de ensino dos centros educacionais do ensino médio? Raimundo Arrais (professor do curso de História da UFRN) reservou uma unidade da disciplina “Historiografia Brasileira”, para somente tratar das abordagens históricas do período colonial, na década de 30. E agora? Já começa a fazer sentido as ligações da prática universitária com as provas dos últimos processos seletivos?
Analisar um comentário de um vestibulando que diz: “Não vi nada do que estudei esse ano, na prova do vestibular”, pode ser um ponto de partida para se chegar à temática central deste corrente artigo. Porque ele não viu? Se este mesmo aluno possuiu uma boa carga horária semanal de História, onde está o vazio?
Alguns professores estão passando a ministrar nas dependências dos colégios e cursos, em Natal, alguns encontros com temáticas atuais da disciplina (Geografia). Acredito que estão em iniciativas como esta as chaves, as soluções, as saídas para o vazio citado. Mais uma vez trabalhando o lado da História, já não vou m

A mudança já começou, de cima para baixo, e quem estiver em baixo e quiser se conectar com o de cima vai sair na frente para vencer os próximos desafios dos processos seletivos.
(Foto: Fernand Braudel - Principal representante da segunda geração do movimento dos Annales)
Lucas Donato (Graduando em História – UFRN)
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